DEPOIMENTOS
Ao final dos anos 80, conheci Chico Sant’Anna atuando em peças de Hugo Rodas, me encantei pelo magnetismo de sua presença cênica que despertou o desejo de dirigi-lo. Rodamos alguns filmes publicitários e um curta-metragem, O Perfumado (2002), e fomos desenvolvendo uma relação de trabalho baseada na admiração e confiança mútua. Até que em 2007, convidei-o para fazer o protagonista Amadeu no primeiro filme de longa-metragem que dirigi, Simples Mortais. Chico se animou com o desafio de construir um personagem bem diferente dele. Amadeu era pai viúvo e músico, enquanto Chico nunca teve filhos, não toca nenhum instrumento e acreditava não saber cantar. Acordamos então que tanto a paternidade quanto a musicalidade seriam os aspectos a serem enfatizados durante a preparação do elenco. Para fazer o filho foi escolhido o ator/músico Eduardo Moraes, que Chico não conhecia, mas mostrou boa química desde a primeira vez que contracenaram em teste. Com a colaboração dos assistentes de direção, meus ex-alunos João Paulo Procópio e Iberê Carvalho, concebemos um inventivo plano de ensaios. Incorporamos à equipe de direção o também ator/músico Matheus Ferrari para capacitar o Chico, em curto tempo, para tocar piano e teclado, além de cantar em cena. Na construção da relação pai e filho, lancei mão de técnicas de improvisação nos ensaios, nos quais Chico se lançou de corpo e alma. Chico foi se assenhorando do papel com tanta propriedade que sugeriu trocar a música prevista no roteiro para ser tocada e cantada em cena, o que foi acolhido e se transformou na sequência de maior impacto emocional do filme. Quem vê Chico tocando piano e cantando no filme não acredita que não seja músico de fato. O resultado desta coautoria com Chico e Edu, foi reconhecida pelo público e crítica, com direito a aplausos em “cena aberta” em festivais e premiação de Melhor Ator e Melhor Ator coadjuvante no Festival de Recife (2008). Neste trabalho com Chico Sant’Anna tive a oportunidade de vivenciar o êxtase da direção de atores em um grau inédito e transformador em minha trajetória de encenador. Sinto uma gratidão imensa por tido o privilégio de criar com este ator tão generoso.
Mario Giuntini -Diretor
Eu conheci o Chico em 1977 através de um amigo e em 1978 estávamos na UNB (Universidade de Brasília), ele como aluno de administração. Um dia eu o encontrei no Minhocão, ele estava cabisbaixo, triste e eu perguntei o que estava acontecendo e ele me disse que estava cansado e que não queria mais fazer administração que queria mesmo era fazer teatro. Eu tinha acabado de entrar, feito um trabalho no Grupo de Teatro da UNB, feito um espetáculo dirigido pelo saudoso Dimer Monteiro e o convidei para ir para o grupo. Ele foi, fizemos um espetáculo juntos, "Jorginho o Machão" da Leila Assumpção, ele fazia o papel de meu pai e daí o próprio Dimer o convidou a Dulcina estava inaugurando em Brasília e fazendo uma montagem do "Gota D'Água", trouxe a Bibi Ferreira, o elenco era brasiliense e o Chico foi convidado para este elenco, entrou para este elenco, fez temporada em Brasília, viajou por várias cidades e assim começou a carreira do Chico Sant'nana este ator maravilhoso. Eu mudei para o Rio de Janeiro onde desenvolvi minha carreira e anos e anos depois, já sendo o Chico este grande ator que é, nos encontramos novamente durante a pandemia no trabalho, sempre fomos amigos eu dirigi um espetáculo online "Sangue no Olho" que o Chico fazia parte e agora estamos fazendo uma montagem presencial do espetáculo "Sangue no Olho" juntos.
Delson Antunes - Diretor e ator.
Já perdi as contas de quantos trabalhos eu fiz com o Chico, mas saber que estaremos juntos, nos sets ou palcos, é sempre uma alegria. A primeira vez que estivemos no mesmo filme foi em 2002, SUICÍDIO CIDADÃO, de Iberê Carvalho. Minha primeira Direção de Arte em cinema, colocamos o Chico pelado em uma jaula no meio da Esplanada dos Ministérios. Éramos um bando de moleques ousados e ele topou a ousadia e fez um político corrupto em desespero diante de personagens inconsequentes. SIMPLES MORTAIS, de Mauro Giuntini, em 2007, foi o primeiro longa juntos. Chico fazia o Pai de Edu Morais, eles tinham uma relação conflituosa, mas com um amor enorme para se aflorar, ambos emocionaram a equipe em diversas cenas. Quando a equipe é conduzida assim pelo elenco em set, é porque deu certo. Ali virei fã. Outro filme marcante que fizemos juntos foi O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN, de Iberê Carvalho, 2015. O Zé, zelador do Drive-In, era daqueles seres humanos mais doces e generosos que se pode encontrar. Assim como o Chico, um ator com força e sensibilidade, que vai do humor ao drama com delicadeza, com delicadeza, um cara com uma humildade tão grande quanto seu talento. Foi lindo vê-lo contracenar com Othon Bastos naquela ocasião. Eu tenho a alegria de ser colega e amiga do Chico! Que ainda criemos muito juntos, Meu Querido!
Maíra Carvalho (Diretora de Arte)
Chico Sant'Anna este grande e generoso ator brasileiro com que tive o prazer de dividir inúmeros sets de filmagem e uma quantidade imensa de espaços e palcos teatrais espalhados por todos os estado brasileiros. É uma honra homenagear este ator e esta figura humana excepcional.
João Antônio - Ator
Chico Sant'Anna é meu amigo querido. Só de falar nele me dá vontade de abraçá-lo, tê-lo comigo para a gente estar rindo. A gente tá juntos sempre rindo embevecidos de estar na companhia um do outro. Tenho certeza que falo por mim mas falo por ele também. Nós somos amigos a mais de trinta anos para minha honra. É até engraçado que tenhamos feito tão poucos trabalhos juntos. No teatro mesmo só fizemos duas comédias. "Eu matei Dulcina" texto e direção de Alexandre Ribomdi e "O Arlequim", clássico da commedia dell'arte de Goldoni dirigido pelo saudoso Hugo Rodas, mestre de todos nós. Em o “Arlequim”, eu presenciei o Chico criar o “Pantaleão” um personagem inesquecível para quem viu e ouso até dizer que de todas as coisas que ele fez com brilho, “Pantaleão” foi o criação mais incrível. Eu pude vê-lo muitas noites. Eu sonorizava a peça ao vivo com instrumentos, apitos uma sanfoninha de brinquedo eu fazia assim uns ruídos em cena prestando muita atenção em cada filigrana do texto. Imagina só que privilégio.
Ficamos com poucas mas maravilhosas lembranças de convivências nos palcos.
Quero mais amigo, ainda tem tempo. Um beijo grande de parabéns.
João Paulo de Oliveira - Ator
Chico Sant’Anna é uma pessoa que eu admiro muito, um grande ator de Brasília, um amigo querido, nós já nos conhecemos há muitos anos desde que comecei a fazer teatro nos anos oitenta, já fizemos muitos trabalho juntos em cinema, em teatro e espero trabalhar muito com ele. Um cara que tem um coração enorme, é um querido além de ser meu parceiro de Grupo e estamos nos preparando para fazer novos trabalhos juntos para apresentar para o público. Vida longa ao Chico Sant’Anna, justa homenagem e beijos meu amigo.
André Deca - Ator