top of page
Sphere on Spiral Stairs

  •  

  •  

  •             O primeiro contato de Chico Sant’Anna com o Teatro, aos 6 anos de idade, foi em um circo-teatro mambembe, na sua cidade natal (Braúna-SP). A peça era um dramalhão rasgado, chamado “Coração de Mãe”, inspirada na música de Vicente Celestino.

  •             Foi paixão à primeira vista. Naquela noite cheia de magia, ele teve a certeza de que era naquele lugar onde os atores estavam que ele queria viver.

  •             No ano seguinte, sua família mudou-se para uma cidade maior (Penápolis-SP), e ele começou a frequentar uma escola, onde, nas festas comemorativas, seus professores, percebendo sua facilidade com a leitura de textos em sala de aula, o indicavam para recitar poesias e participar de pequenos esquetes.

  •             Na adolescência, Chico passou a frequentar as reuniões de um grupo de Teatro Amador, cujos atores, eram dirigidos pela sua então Professora de Português, Maria Tereza Alves Vianna, que percebendo seu interesse pelo Teatro, o convidou para assistir aos ensaios.

  • E a primeira vez em que subiu num palco, apesar da pouca idade, foi como figurante e contrarregra, na peça “O Santo Milagroso”, de Lauro César Muniz. (Como figurante, ele fazia parte dos moradores do vilarejo onde se passava a trama da peça. Como contrarregra, em uma cena em que os dois protagonistas, um padre e um pastor, estão pescando sobre uma ponte, ambos fisgam o mesmo peixe, criando daí em diante uma acirrada discussão entre ambos. Chico Sant’Anna, escondido sob a ponte,  era a pessoa encarregada de colocar os dois anzóis no peixe). Graças a esse grupo, Sant’Anna assistiu a um espetáculo que marcou sua vida para sempre. Ao se encantar com as aventuras de João Grilo e Chicó, em “O Auto da Compadecida”, ele teve a confirmação que era aquilo que ele queria ser para sempre: ATOR.

  •                         A pouca idade e a necessidade de trabalhar desde muito cedo, para ajudar sua humilde família, obrigaram Chico a esquecer das reuniões noturnas do grupo, tendo em vista o fato de ter de levantar cedo no dia seguinte. Mas se não podia mais estar em contato com aquela gente de brilho no olho, ele arrumou uma compensação para o vazio que tomou conta de sua jovem alma, ávida pelo encantamento que o palco e os atores lhe proporcionavam: os livros. Passou a retirar um livro por semana, na Biblioteca Pública da cidade, onde fez amizade com a Bibliotecária, o que lhe facilitou em muito poder retirar livros e ter um tempo maior para “devorá-los” e devolvê-los. No escritório onde trabalhava como office boy, teve contato com o jornal Folha de SP, em cujo caderno de cultura, a Folha Ilustrada, passou a ler diariamente as notícias e críticas dos espetáculos e filmes em cartaz na Capital do Estado. Daí em diante, seu sonho maior era ir embora para São Paulo e se tornar um Ator.

  •                         Mas a vida o levou para Brasília, quando ao terminar seus estudos em Penápolis, escolheu tentar o vestibular da UnB, a universidade almejada por todos os jovens naqueles tenebrosos anos 1970.

  •                         E na UnB soube da existência de um grupo de Teatro, dentro da Universidade, onde deu seus primeiros passos rumo ao profissionalismo, guiado pelas mãos do ator Dimer Monteiro, que dirigia o grupo. Em novembro de 1979, finalmente, Chico Sant’Anna sobe ao palco, no espetáculo “Jorginho, o Machão”, de Leilah Assumpção, com grande receptividade da comunidade universitária e do público em geral. Estava dado, então, o ponta pé inicial de sua trajetória como Ator.

  •                         No ano seguinte, foi indicado pelo diretor do grupo da UnB, para fazer um teste com Dulcina de Moraes, para integrar o elenco de um espetáculo que iria inaugurar, em Brasília, o sonhado Teatro da grande dama das artes cênicas.

  •                         No dia 21 de Abril de 1980, Chico Sant’Anna sobe ao palco, ao lado de Bibi Ferreira, na montagem de um dos maiores textos da dramaturgia brasileira: “Gota d’Água – de Paulo Pontes e Chico Buarque de Holanda”. Naquela data foi inaugurado o Teatro Dulcina e a Faculdade de Artes.

  •                         Depois de Brasília, o espetáculo viajou, durante 10 meses, por todas as capitais do Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, além de 14 cidades do interior de São Paulo.

  •                         Ao término dessa turnê, Chico Sant’Anna volta para o DF e não para mais de atuar no Teatro, tendo trabalhado com diversos e renomados diretores de Brasília e de outras Capitais, como Hugo Rodas, Sura Berdtichevsky, Adriano e Fernando Guimarães, Sérgio Sartório, Guilherme Reis, Antonio Abujamra, Delson Antunes, Alexandre Ribondi, B. de Paiva, entre outros.

  •                         Em 1994, faz sua primeira participação em um longa-metragem, dirigido por André Luiz de Oliveira (“Louco Por Cinema”), filme que recebeu o Troféu Candango de Melhores Atores Coadjuvantes, para todos os atores e atrizes brasilienses que participaram da película, ou seja, Chico Sant’Anna estreou no Cinema, já com uma atuação premiada. E daí em diante foram mais de 30 filmes, com prêmios de Melhor Ator em 04 deles, tendo sido dirigido por destacados diretores da sétima arte, como Suzana Amaral, Iberê Carvalho, João Batista de Andrade, José Eduardo Belmonte, Jimi Figueiredo, Marcio Curi, Cibele Amaral, Mauro Giuntini, Geraldo Moraes entre outros.

  •                         Em 2019, para comemorar seus 40 anos de trajetória, Chico Sant’Anna encarou seu primeiro monólogo, intitulado “Saiba o seu lugar”, um contundente texto do dramaturgo argentino Santiago Serrano, que teve duas vitoriosas temporadas em Brasília, e nesse ano de 2022 parte para uma temporada de um mês em São Paulo.

CURRÍCULO

bottom of page